domingo, 26 de junho de 2011

Por um futuro blue - Passo a Passo marcando presença no Jornal Diário do Grande ABC

Filhos de uma geração que se mostra ou insatisfeita ou pouco participativa no processo cultural, muitos jovens da região, encarando suas carências, estão dispostos a supri-las. Com os pés nas ruas, à frente dos computadores, correndo atrás de algum apoio ou fazendo perseverar seu trabalho à revelia das políticas culturais, eles estão nos primeiros passos dos muitos que darão para conseguirem ser artistas regionais e só dependem dos seus trabalhos, e da valorização deles, para estarem felizes.

O Diário listou alguns dos personagens que agitam diferentes locais e linguagens.


Patrimônio à mão de todos
Douglas Negrisolli, 26 anos, historiador de arte, Santo André
Negrisolli começou a se encantar com as artes plásticas aos 16, mas foi recentemente que descobriu a própria cidade. Não demorou a descobrir que o município abriga riqueza do seu gênero preferido: o Salão de Arte Contemporânea.

Para incrementar a faculdade de história, resolveu se especializar na área artística. O tema do seu mestrado é o salão.

Como curador, tem cinco exposições no currículo. A última, sobre o cenógrafo da Vera Cruz Pierino Massenzi, feita a pedido da família do artista.

Muitas tentativas de diálogo com o poder público, principalmente para agitar exposições em equipamentos municipais, foram frustradas. "Não tenho mais interesse em discutir cultura só por discutir. As pessoas precisam entender que não há investimento na área sem dinheiro", conta ele, que já integrou o Conselho Municipal de Cultura.

Uma das brigas compradas pelo historiador é pelo direito de obter acesso ao acervo de todas as edições do salão, catalogá-lo e transformar em registro a história desse patrimônio cultural. "Faz três anos que peço, e não consegui. O acervo não é catalogado. Para escrever a história, preciso do material. Meu projeto ficará cheio de lacunas. O acervo, se fica no porão, não serve para ninguém. Tem de estar disponível, para que seu valor mostre a amplitude cultural que a cidade é capaz de ter."


Dando a cara para tocar
Celso Júnior, 20 anos, músico e estudante, Mauá
Guitarrista e vocalista da banda de rock Liquid Dookie, Júnior nunca se furta em pedir espaço para mostrar seu som. Foi assim que chegou às Quartas Musicais, projeto municipal mauaense. De lá, começa a ver surgir oportunidades de angariar público. No dia 3, a banda está convidada a participar da festa junina da cidade. "Fazendo os shows do Quarta, já criamos uma história, levantamos público e material para mostrar", diz.

Estudante de arquitetura, ele conta que precisa trabalhar paralelamente para fazer o sonho de ser músico dar certo. "Queremos gravar nosso primeiro disco. Tudo que registramos foi quebrando cofrinho e enchendo o saco dos pais. Sempre vamos ao estúdio com dinheiro contado para gravar uma música só."

O foco do grupo é aperfeiçoamento e busca por identidade. "Nosso esforço é fazer algo diferente e bom, chamar atenção. Decepções a gente tem, portas fechadas também, mas sempre que abrem espaço para a gente, é uma felicidade que compensa tudo", declara.


Arte da divulgação
Elsa Villon, 22 anos, estudante, São Bernardo
Como escolheu o jornalismo, Elsa sabe que cultura não é só arte. É também divulgação, ciclo de recomendações que fomenta interessados e agita acontecimentos.

Seu papel é divulgar arte. Blog, redes sociais e o site em que trabalha na Capital, todos servem como ferramenta de disseminação cultural regional.

"A internet, hoje, é crucial. Você consegue reunir pessoas, conhecer artistas e disponibilizar material. É a prova de que muitas iniciativas podem acontecer por uma ideia, várias pessoas podem se unir", conta Elsa.

Para ela, a região não é tão carente de programação. Há quem fique de fora do bolo simplesmente por não saber. "As programações são mal divulgadas. Às vezes, as agendas ficam restritas aos portais das prefeituras, que não são todos que acessam. Deveriam agregar contatos pelas redes sociais."

Ela lamenta o restrito mercado para a comunicação na região. "Cabe a quem se interessa divulgar. É o que faço."

Em julho ela integrará a Operação Tuiuti do Projeto Rondon, que viaja para Porto Esperidião, no Mato Grosso, em ação de inclusão que leva desenvolvimento social em áreas precárias do Brasil. "Propus um projeto de comunicação. A cidade tinha uma rádio ilegal que foi fechada. Quero pôr em ação projeto de integração educacional e cultural, estreitando as relações entre a zona rural e a urbana. Eles têm diversos eventos, mas dificuldade em disseminá-los."

Dançando contra obstáculosTamires Reis, 18 anos, dançarina, Diadema

Com DRT tirado há uma semana, a bailarina Tamires, apesar de parecer no início da estrada, já soma longo caminho no mundo da dança clássica.

Desde 2002, participa da associação Passo a Passo, ONG de Diadema. Antes, fez todas as oficinas de dança que pôde. Hoje, ela recebe o pouco salário que a ONG pode lhe pagar em troca das aulas que dá para crianças.

A formatura coincide com a fundação da Companhia Passo a Passo, que possibilita que novos artistas batalhem pela dança. "Agora nos preocupamos mais com trabalhos, patrocínio, projetos e festivais", conta.

No tempo livre, Tamires gosta da Biblioteca Interativa e do Teatro Clara Nunes. O problema da sua cidade, diz, são as vacâncias nas oficinas e projetos culturais. "Diadema tem 32 Pontos de Cultura, mas tem muita gente que não sabe o que é dança, teatro, não se interessa em ler".

A ONG está prestes a perder um dos seus principais patrocinadores. Isso a preocupa, mas não a esmorece. "Somos autossustentáveis, temos alguns prejuízos e muito trabalho para cobri-los, vendendo rifas, produtos de revistas. Lutamos com paixão e por acreditarmos no nosso potencial."

A região para filhos artistas
Alba Brito, 24 anos, atriz e cantora, Santo André
Alba tinha 12 quando comungou com o teatro pela primeira vez. Já estudava a arte, mas a exibição de 'Nossa Cidade', da Escola Livre de Teatro de Santo André, a tocou profundamente.

"Eram os bolinhos de chuva que serviam", conta sorrindo, lembrando que a iguaria era parte da cena e fazia com que ela sentisse se alimentar de teatro.

Aos 16, foi para a ELT, onde passou sete anos. Lá, em 2008, estreou o projeto Cantarilhos, com o qual tem se apresentado, após aprovação do Fundo Municipal de Cultura.

Em contrapartida, ofereceu oficinas. "Na justificativa, falei da minha relação com a cidade. Já colhi tanto, por que não plantar e gerar frutos por aqui?"

Para ela, a relação dos artistas com a cidade é traumática. "Há uma subvalorização dos artistas regionais pelas pessoas que vivem aqui, como se menosprezassem algo que é parecido."

Alba militou em favor da cultura, mas hoje prefere distância. Um modelo bom de política cultural, para ela, são os editais de ocupação. "São mais transparentes. Disponibilizam espaço, apoio e você inscreve seu projeto. O artista precisa sobreviver na sua cidade, sem assistencialismo, mas com valorização."

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Entidade ensina balé a crianças e jovens carentes

Há oito anos, a Associação Passo a Passo de Diadema ensina balé a crianças e jovens carentes. São 173 alunos atendidos, enquanto outros 348 aguardam em fila de espera. Para continuar o ensino e o trabalho não parar, a entidade precisa de novos patrocionadores.
Desde quando começou, se mantém com verba de grande empresa privada de Mauá, que prefere não aparecer, mas que deixará de bancar o trabalho em novembro. Outro montante (30%) vem da Prefeitura. Desde 2010, a associação se tornou Ponto de Cultura, do Ministério da Cultura, que apoia financeiramente ações de impacto sociocultural na comunidade.
"Mesmo assim, precisamos de patrocinadores, de preferência da iniciativa privada. Buscamos a autossustentação, mas até lá precisamos manter o projeto vivo", afirmou Luiza Gentile, professora de dança e idealizadora do projeto. A idade, ela esconde a sete chaves. "É uma maneira de estimular o imaginário das crianças", brincou Luiza.
Para alcançar a autossustentabilidade será anunciada dia 16, durante apresentação do espetáculo Eruditos, às 20h, no Teatro Clara Nunes, a criação da Cia. Passo a Passo de Dança, com objetivo de montar espetáculos que possam ser cobrados. Além disso, programam vender peças de roupas e acessórios para balé.
Atualmente, cinco professores voluntários se revezam na sala de aula. Outras três meninas prestes a se formar atuam como estagiárias, recebendo R$ 100 por mês . São oito aulas diárias, de segunda-feira a sábado.
O embrião da Passo a Passo surgiu em 1999, quando Luiza foi convidada a ensinar dança clássica nos centros culturais do município. Em 2002, quando o trabalho terminou, ela não se conformou e descobriu uma maneira de mantê-lo: criando uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). "Descobri qual é minha missão ao visitar o local onde moram. Vi a diferença que fazemos na vida dessas crianças", disse a bailarina, emocionada.
A diretora Zandra Teixeira, 57 anos, lembra da dificuldade dos atendidos de se manterem no projeto. "Muitas precisam deixar o trabalho ao fazer 14 anos para ajudar os pais no sustento da casa, ou engravidam", lamentou Zandra.

Escola forma profissionais e desperta consciência
Quando fundaram a Passo a Passo, Luiza Gentile e Zandra Teixeira pensavam que se conseguissem formar uma pessoa já teria valido a pena. Neste ano, dez meninas da primeira turma se formam.
Cinco delas estão no mercado de trabalho, como Jenifer Alves e Joice Amorim, ambas com 16 anos, nascidas em São Bernardo e criadas em Diadema. Nunca imaginaram que um dia o sonho de viver da dança se concretizaria. "O conhecimento que adquirimos nesses anos vai muito além do balé. Participamos da produção dos espetáculos, pesquisamos, vivemos novas experiências", comentou Jenifer.
Luan da Silva Menezes, 19, e Matheus Sevarolli, 16, também fazem parte do grupo e afirmam que sem a dança não venceriam a timidez.
"Era muito tímido e a dança me ajudou a me expressar mais e ser menos tímido", disse Luan, que há sete anos estuda balé e quer se profissionalizar. As declarações refletem a proposta do projeto: desenvolver a consciência individual e elevar a autoestima.

obs: Matéria do Jornal Diário do Grande ABC, na sessão SeteCidades do dia 7 de Junho de 2011.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Pré Lançamento da Passo a Passo CIA de Dança e Primeira formatura..


(Esq à Dir.) Tamires, Joice, Thays, Jennifer e Amanda - Formandas 2011
Nesta quinta feira dia 16 foi um dia histórico e super especial para nós da Passo a Passo.
Um dia cheio de loucuras, surpresas, lágrimas e muita emoção.
Foi o pré lançamento da Passo a Passo CIA de Dança com o espetáculo "Eruditos", composta pelos alunos do 7º e 8º anos da escola.
O espetáculo é uma homenagem aos peridodos Barroco e Classicismo da qual foram apresentados trabalhos de Johann Sebastian Bach (coreografia "Os 12 profetas e Aleijadinho"), Wolfgang Amadeus Mozart (coreografia "Os opostos se atraem"), Antono Vivaldi (coreografia "Devaneio") e por fim, Giacomo Puccini (coreografia "Sussuro" derivado de Madame Butterfly).
Foi um espetáculo intenso, de extrema entrega e dedicação por parte deles já que foi uma semana cheia com a reapresentação e curta temporada do espetáculo "O Menino Que Espiava pra Dentro" para os pais e alunos da rede pública da Cidade de Diadema.
Após a apresentação dos nossos trabalhos, a Passo a Passo promoveu uma surpresa para as alunas formandas, que é a primeira turma a se formar nesses 8 anos de Passo a Passo.
Promovemos a formatura de Tamires Reis, Joice Amorim, Thays Romão, Jennifer Alves e Amanda Gonçalo que choraram ao perceber a grande surpresa.
A diretoria organizou uma homenagem com depoimentos de pais, irmãos e de seus primeiros professores de dança, que gerou muita emoção e choradeira.
Por fim foram entregues os canudos das alunas, não só para as 5 formandas, mas para as ex-alunas Beatriz Correa e Vanessa Nunes que também haviam concluido o curso, mas não conseguiram manter a rotina de aulas e não puderam dançar, mas toodas merecem essa homenagem tão bonita que vai ficar marcada na história da escola, como a primeira formatura da Associação Passo a Passo.

Agora meninas, vocês estão prontas pra brilhar pelos palcos afora..
PARABÉÉNS!

domingo, 19 de junho de 2011

Você precisa se esforçar mais para ser bailarina

Eu conheço uma menina de 15 anos que acaba de ganhar um par de sapatilhas de ponta novinhas de presente de aniversário.
Ela não pediu que lhe dessem um IPod, um IPhone, uma viagem pra Disney, ela queria desesperadamente um par de sapatilhas de ponta novinhas em folha.
Essa sapatilha ou nada.
Surpresa?

Não fique.

Você também já deve ter feito alguma loucura parecida para ter ferramentas para a performance necessária para o seu bom desempenho e ser amada pela galera.
O problema é que esse desespero maluco das pessoas em ser amadas por todos a sua volta está levando o mundo da dança clássica à falência. Você sabe, eu sei, a minha filha sabe, todo mundo sabe: ao tentar ser tudo para todos você acaba sendo nada pra ninguém.
Esse negócio de ser solista ou primeira bailarina de uma companhia não tá com nada. Ser bailarina de corpo de baile não é uma coisa ruim, afinal, imagine só uma companhia apenas com solistas. De fato, também é uma coisa boa pra você, para quem te ama, para o público e finalmente para o ballet clássico.
É bom para você porque finalmente você está defendendo alguma causa que realmente mexe com as pessoas, o ballet clássico. Agora você está exposto, e tem que fazer alguma coisa para provar a todos que todo seu esforço e trabalho fazem sentido.
É bom para quem te ama, porque faz as pessoas se emocionarem, mexerem com os seus neurônios do cérebro para – no mínino – refletirem seriamente sobre suas próprias crenças.
Se todos gostam de sua dança como se fosse água com açúcar, é porque você ainda não chegou em uma performance arrojada, você não passa de uma bailarina commodity.
Se você tem uma vontade genuína de mexer com o status quo, se expor, e expor as coisas erradas que precisam de mudanças, eu recomendo que você pratica no seu dia-a-dia as seguintes idéias:
1. Você deve se importar mais do que as outras pessoas pensam que é bom;
2. Você deve se arriscar mais do que as outras pessoas pensam que é seguro;
3. Você deve ser mais compreendida do que as outras pessoas pensam que é comprometida com o ballet.
4. Você deve ser mais arrogante do que as outras pessoas pensam que é aceitável quando o assunto é ballet.
5. Você deve sonhar mais do que as pessoas pensam que é prático.
Se você está me odiando por dizer essas coisas, a bailarina sentada ao seu lado está amando.
Pergunte para ela, ou envie o texto para alguém que você conhece, a reação será completamente diferente da sua.
Se você quer realmente mexer com as coisas, você precisa, como eu, incomodar as pessoas, fazê-las se emocionar.
A dança que importa, o resto...



Ivan Grandi

terça-feira, 7 de junho de 2011

Reprise espetáculo "O Menino que Espiava pra Dentro"

Viemos aqui para convidá-los para assistir uma das melhoras adaptações literárias da cidade de Diadema no ramo da dança.
É a reprise do Espetáculo "O Menino que espiava pra dentro" de Ana Maria Machado, adaptado por Luiza Gentile e Paulo Goulart Filho.
Um espetáculo de ballet clássico voltado para o público infantil que mostra através da dança a magia do livro escrito por Ana Maria Machado e executado por alunos carentes da cidade de Diadema.
É o mesmo espetáculo do final do ano passado, mas leves adaptações para a melhoria do mesmo.
O espetáculo será nos dias 11 e 12 à partir das 16:00 hrs no Teatro Clara Nunes, Rua Graciosa, 300, no valor de R$5,00.
Mas tem uma graaande novidade, nos dias 13 e 14 de Junho, nós da Passo a Passo em parceria com a Prefeitura de Diadema, vamos apresentar este mesmo espetáculo paras as escolas municipais e estaduais da Cidade com a finalidade de extender a cultura da dança.
Serão duas sessões fechadas em cada dia, sendo uma às 10:00 hrs e a outra às 16:00hrs.
COMPRE JÁ SEU INGRESSO, JÁ QUE ELES ESTÃO ACABANDO!!
O valor é R$5,00 e você pode comprá-lo diretamente na Passo a Passo, que fica na rua Agostinho de Barbalho, 332 - Vila Nogueira, Diadema SP.

Venha conferir o nosso trabalho!!

Mais um aniversário!! Obaaa!!

Ontem foi a aniversário da Tia Zandra, nossa conselheira, general, conserta-tudo, amiga, cobradora e muuuuitos outros adjetivos..
Nós alunos, em conjunto com a Luiza, fizemos uma festa surpresa para ela que foi muito divertida..
Compramos o bolo, arrumamos a mesa enquanto ela conversava com a Luiza e acendemos a vela, mas quem disse que ela reparou??

Ela nos presenteou com esta veeelha frase "VOCÊS ME PEGARAM DE NOOOVO. ANO QUE VEM NINGUÉM ME PEGA", sendo que toodo ano é assim..

Nós desejamos toda a felicidade do mundo para ela e nos desculpamos por todas as falhas, brigas e bagunças, mas a amamos do fundo do coração.

ÔÔÔÔ TIA ZAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAANDRA!!
PARABÉÉNS

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Feliz aniversário!!!!!!!!!!

No último domingo (29/05) a Passo a Passo comemorou 8 anos de existência física, sendo que já tem 9 anos de projeto.
Foram 8 anos de uma batalha dura, com altos e baixos, ganhos e perdas e muita gente que passou por nós...
Vimos várias crianças crescendo e aparencendo neste escola, ou fora dela também, já que muitos sempre voltam pra saber como andamos.
Nós, coordenação e corpo docente, desejamos toda a felicidade do mundo para esta escola que apesar de suas dificuldades, vive e respira para a dança.

PARABÉNS PASSO A PASSO!!

obs: Não podemos esquecer também de dar os PARABÉNS a Profª Paula Sanchez que também fez aniversário, só que no dia 31 de Maio.
PARABÉÉNS!!!